Pessoas com pés planos, também conhecido como pés chatos, quando estão em pé não apresentam o arco plantar visível. Os arcos se formam durante a primeira infância, ao redor dos 8 anos de idade. Os bebês têm pés planos.
O pé plano ou pé chato pode ocorrer em duas situações:
Nem todo pé plano causa dor e limitação para atividades diárias ou de lazer. Porém alguns podem causar dor e afetar a marcha. Órteses, exercícios de alongamento e fortalecimento do tornozelo e pés podem ajudar.
Existem alguns arcos na sola dos nossos pés (também conhecida como planta do pé, ou região plantar). O arco mais visível e conhecido é o arco plantar medial, aquele que vemos na face interna do pé. Figura 1.
Quando esse arco é diminuído ou não é visível teremos a situação conhecida como pé plano ou pé chato. O pé plano pode acompanhar a pessoa desde a infância até o final da vida, ou o pé pode se tornar plano após a infância devido a perda da função de alguma das estruturas que estabilizam o arco do pé.
A regra é ter o pé plano enquanto somos bebês, mas a maioria das crianças entre começar a andar até ao redor de 8 anos de idade, desenvolve o arco na sola do pé. Se os arcos nunca se desenvolverem ou se entrarem em colapso mais tarde na vida, os pés chatos podem causar dor ou outros problemas ao caminhar.
É importante ressaltar que algumas crianças com pés planos se tornam adultos mantendo o pé chato, sem ter dor e mantendo função normal, de modo que nem todo pé plano é um problema.
Figura 1.
A. Pé plano: o pé apoiado não apresenta arco na face interna.
B. Flexibilidade: o pé forma arco quando forçamos as estruturas do pé,mostrando funcionalidade e flexibilidade.
Os arcos dos pés desempenham um papel importante na biomecânica da marcha quando andamos em pé. É por isso que eles são exclusivos dos primatas humanos. Os ossos do pé são estabilizados por ligamentos e músculos, que mantem o formato em arco e suam vantagem mecânica na marcha.
Esse controle muscular e ligamentar, mantendo o formato do arco do pé permite mudanças adaptativas durante nossa caminhada e corrida para uma melhor função dos nossos pés:
Nós definimos o pé plano pelo formato visual que o pé tem, mas certamente nem todo pé plano tem a mesma causa, nem as mesmas características, nem a mesma evolução. Logo, existem grupos diferentes de pés que são planos.
Podemos agrupar os pés planos como flexíveis ou rígidos; os pés chatos também podem ser congênitos (o pé da criança que nunca formou arco) ou adquiridos (um arco que cedeu ao longo da vida).
Dessa forma podemos classificá-los em:
Por fim, podemos classificar em relação a dor. Pé plano doloroso ou indolor.
A maioria das crianças que tem o pé plano e se mantem assim definitivamente, não tem uma causa bem definida, geralmente é flexível e indolor, com bom prognóstico.
Porém, existem patologias congênitas que cursam com pé plano, podendo levar a dor e limitação:
O colapso do arco pode acontecer lenta ou rapidamente. É uma patologia muito discutida em relação a sua causa.
Existem estruturas que estabilizam o pé e o arco plantar, controlando o movimento e o formato:
Quando elas apresentam alguma alteração no seu funcionamento, elas deixam de estabilizar o arco da sola do pé e ele começa a ceder. As outras estruturas estabilizadoras tentam compensar, mas acabam sendo sobrecarregadas e falham e assim a deformidade vai progredindo.
Os pés planos nem sempre são um problema, muitas pessoas passam a vida inteira com pé plano sem dor e sem limitação de função.
Por outro lado, algumas pessoas podem ter sinais e sintomas, com limitações sérias. O pé plano modifica a mecânica da nossa marcha e pode sobrecarregar outras partes dos membros inferiores como perna, joelho e quadril.
Durante o exame físico o diagnóstico de pé plano é feito. Também conseguimos observar se é flexível, rígido e doloroso. A radiografia com carga dos pés e tornozelos auxilia na identificação da localização da deformidade e na visualização da quantidade da deformidade.
Exames de ultrassom e ressonância magnética permitem a avaliação de estruturas ligamentares, tendíneas e articulares.
A maioria dos casos não precisa de tratamento. Se a pessoa não apresenta dor e limitação, não há necessidade intervenção. Nos casos em que há dor ou limitação o tratamento deve ser iniciado. Normalmente começamos com o tratamento conservador, que inclui:
Nos casos em que a abordagem conservadora mantem o paciente com dor e/ou limitação, o tratamento cirúrgico pode ser necessário. Os princípios da cirurgia são corrigir o formato ósseo, estabilizar os ligamentos frouxos, rebalancear a força muscular através de transferências tendíneas ou estabilizar definitivamente as articulações com artrodeses.
Os pés planos são comuns e normalmente não causam dor ou limitação. Crianças com pés planos geralmente desenvolvem arcos por volta dos 8 anos de idade.
Quando o pé chato causa dor ou limitação, quer seja congênito ou adquirido ele deve ser tratado, com objetivo de melhorar a dor e função, não necessariamente corrigindo o formato.
A avalição com ortopedista é importante para entender qual tipo de pé plano temos e qual é a melhor abordagem em cada caso.
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