Figura 4: Hálux valgo grave
O hálux é o maior dedo do pé. Anatomicamente é formado por duas falanges e sua falange proximal articula com o 1º metatarsal, formando a primeira articulação metatarsofalangeana e executando os movimentos de extensão e flexão. (link de anatomia) Seu posicionamento adequado, proporcionando uma articulação com movimento livre e indolor é importante para andarmos sem limitações.
Considera-se que o hálux, popularmente conhecido como o dedão do pé, normalmente se posiciona com até 15° de valgo em relação ao metatarsal (o dedo se alinha em até 15° em direção aos dedos laterais – Figura 1). Então é normal termos um pouco de desvio lateral do hálux.
Figura 1: O hálux se alinha em direção aos dedos laterais, em valgo (seta azul mostra a direção). Até 15° considera-se normal.
Quanto mais em direção aos outros dedos, maior é a deformidade em valgo do hálux. Conforme o dedo progride sua deformidade, a cabeça do metatarsal se torna descoberta e saliente, formando o volume que vemos do lado de dentro do antepé, conhecido como joanete, ou bunion. Figura 2.
Então, essa saliência óssea que é o joanete, não é um osso que cresce e sim a consequência da progressão da deformidade do hálux valgo (ou hallux valgus).
Figura 2: O joanete, esse aumento de volume medial, está relacionada à perda de cobertura da cabeça do metatarsal.
As causas do hálux valgo podem estar relacionadas a anatomia do paciente ou a características externas.
As causas externas são consideradas as mais relevantes, principalmente o uso de calçados inadequados, que forçam o hálux no sentido da deformidade, piorando o quadro ortopédico.
Para termos uma ideia visual das causas externas, imaginem usar sapatos que forçam o hálux a se desviar lateralmente sobre os outros dedos, como calçados de bico fino e salto alto. Durante o uso desse calçado haverá uma constante resultante de força no sentido da deformidade.
Com o estabelecimento da deformidade os joanetes podem se tornar salientes, dificultando ainda mais o uso de calçados de bico fino, pelo atrito da saliência óssea contra o calçado, que pode causar dor.
Apesar de ser muito comum a associação do uso de calçados inadequados com o hálux valgo, essa não é a única causa. Alguns casos ocorrem por alterações anatômicas, como conformações e comprimentos diferentes dos metatarsais ou instabilidades articulares do mediopé e retropé.
Habitualmente classificamos a deformidade em valgo do hálux em leve, moderada e grave, conforme suas características radiográficas. Figuras 3 e 4.
Figura 3: Hálux valgo leve
Figura 4: Hálux valgo grave
O hálux valgo e o joanete não são apenas um problema estético do pé, é comum estarem associados a dor e diminuição da função, por isso merecem atenção e tratamento adequados.
O objetivo do tratamento do hálux valgo é diminuir a dor e melhorar a função durante a marcha e isso pode ser obtido de forma não cirúrgica, ou cirúrgica.
Normalmente a abordagem inicial é o tratamento conservador, com a orientação da troca do padrão de calçados, de modo que eles contemplem a largura adequada do pé do paciente, diminuindo o atrito do calçado no joanete e a progressão da deformidade. É importante compreender que nessa abordagem não ocorre a correção da deformidade, o objetivo é exclusivamente melhorar a dor.
Quando a alteração do padrão de calçados não é suficiente para melhorar a dor, podemos associar o tratamento cirúrgico. Existem mais de 140 procedimentos cirúrgicos descritos para a correção do hálux valgo, que são escolhidos dependendo das características de cada deformidade e do paciente.
Em alguns casos o desvio lateral do hálux modifica a forma de distribuir carga no antepé e acomete os dedos laterais. É comum vermos o segundo dedo sobre o hálux em casos moderados e graves, de modo que abordagens cirúrgicas combinadas podem ser necessárias dependendo das lesões de cada paciente.
Podemos dividir as cirurgias em:
Esses dois grupos de cirurgia podem ser feitos de forma aberta, a convencional, ou minimamente invasiva (também conhecida como percutânea).
Na cirurgia convencional, a aberta, o paciente começará a pisar no pós operatório quando houver sinais de cicatrização da pele, que é ao redor do sétimo depois da cirurgia.
A carga é iniciada com uma sandália pós operatória, que será mantida por 8 a 12 semanas, dependendo da técnica cirúrgica utilizada e da evolução de cada paciente.
Após esse período é importante que o paciente utilize um calçado com a largura compatível com o novo tamanho do pé. Normalmente, após a cirurgia o pé se torna mais estreito, mesmo assim, é importante lembrar que o uso de calçados adequados diminui a chance da deformidade recidivar.
Na cirurgia percutânea o paciente começará a pisar mais precocemente, na maior parte dos casos no dia seguinte a cirurgia, desde que protegido com a sandália pós operatória.
O joanete é o volume que vemos na parte de dentro do antepé, antes do hálux. Normalmente esse volume é a própria cabeça do 1º metatarsal que se tornou saliente.
Na maior parte dos casos o joanete é causado pela deformidade em valgo do hálux. Quanto mais em direção aos dedos laterais (valgo) mais a cabeça do primeiro metatarsal se torna saliente, aumentando o volume do joanete.
O objetivo do tratamento do joanete é melhorar a dor. A abordagem inicial é de forma não cirúrgica. Quando o tratamento conservador não é efetivo, indicamos o tratamento cirúrgico.
Como o joanete faz parte da deformidade do hálux valgo o seu tratamento está relacionado a correção da deformidade em valgo do dedo.
O hálux é o primeiro dedo do pé. Normalmente ele tem 15° da valgo, isto é, ele se alinha lateralmente com um ângulo de 15° se aproximando do 2º dedo.
Quando esse desvio lateral do hálux excede os 15°, considera-se que há um hálux valgo. Juntamente com o desvio existem outros comemorativos da patologia, como dor, formação do joanete, alteração na distribuição e carga e possível progressão da deformidade.
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