Fraturas do 5° metatarsal

Os metatarsais são os cinco ossos da parte da frente do pé, o antepé, que se encontram antes dos dedos. O 5° metatarsal é mais externo do pé, com pequenas diferenças anatômicas em relação aos outros. Ele é arqueado em dois planos, sendo o único metatarsal a ter dois pontos de contato com o solo – no topo do osso (chamado de cabeça) e no fundo (chamado de base).

Figura mostrando a localização dos cinco metatarsais

Diversos padrões de fraturas podem acontecer no 5° metatarsal, gerando confusão para os pacientes que tentam entender qual é o melhor tratamento, e se há necessidade de cirurgia.

As fraturas do 5° metatarsal podem ocorrer por dois mecanismos diferentes:

  • Traumas:
    • Diretos: através do contato de algum objeto;
    • Indiretos: na qual uma força rotacional roda e quebra o osso.
  • Lesões por sobrecarga: Traumas repetidos de pequena intensidade se somam ao longo do tempo até criar uma fratura, também são conhecidos como fraturas de estresse.

Podemos dividir as fraturas do 5° metatarsal pela região anatômica acometida:

Imagem radiográfica do 5° metatarsal com a divisão em três porções

  1. Fraturas da cabeça ou do colo.
  2. Fratura da diáfise.
  3. Fraturas da base.

Fraturas da cabeça ou do colo

Essas fraturas ocorrem na região terminal do osso, que contém a cabeça e o colo do metatarsal.

As fraturas da cabeça e colo do 5° metatarsal são mais comuns com trauma diretos de menor intensidade. Algumas vezes traumas no 5° dedo podem estrar associados a essas lesões. Quando as fraturas são decorrentes de traumas de maior intensidade, pode haver o acometimento de outros ossos do pé.

Por serem fraturas resultantes de traumas mais leves, o desalinhamento geralmente é pequeno e o tratamento é não cirúrgico. Nos casos de grandes desvios, lesões articulares extensas e associação com outras fraturas o tratamento pode ser cirúrgico.

Fraturas da diáfise

Nos traumas diretos, quando algum objeto se choca contra a região central do metatarsal, é comum ocorrer um padrão de fratura mais grave, com lesão de pele, tendões e músculos, podendo quebrar o osso em mais de dois fragmentos. Felizmente esse tipo de trauma é o menos comum.

O mais corriqueiro nessa região são as fraturas causadas por traumas indiretos, por torção, conhecidas como fraturas dos Bailarinos. Tipicamente observa-se uma fratura mais longa com um traço em espiral ou oblíquo. Desde que não haja desvios grosseiros ou grande afastamento dos fragmentos da fratura o tratamento pode ser não cirúrgico.

Fraturas da base

Podemos dividir as fraturas da base do 5° metatarsal pela posição em que ela ocorre, em 3 zonas:

Zona 1

Acomete a região articular com o cuboide. Normalmente decorrente de um trauma torsional do pé, no qual as estruturas inseridas no osso tracionam o fragmento avulsionando-o.

A maior parte tem bom prognóstico, apresentando várias formas de tratamento não cirúrgico, incluindo gesso, tala ou órtese que permita carga. É importante durante o tratamento permitir carga e mobilidade precoce, evitando problemas secundários.

Nos casos com desvios articulares maiores ou fragmentação intrarticular pode ser necessário tratamento cirúrgico.

Zona 2

Essa região se encontra entre a articulação com o cuboide e a do 4° metatarsal. O mecanismo de trauma também é torsional associado a forças que empurram o antepé para dentro, inversão e adução.
Os princípios de tratamento são semelhantes ao da zona 1.

 

Zona 3

Essa fratura acomete uma região um pouco mais anterior, na junção metafisária-diafisária, aonde há osso com menor potencial de consolidação. Acredita-se que esta área do osso, especialmente no quinto metatarsal, tenha menos suprimento de sangue, o que é uma causa especulada para a cura prolongada que é vista com essas lesões.

São fraturas associadas a sobrecarga repetida, relacionadas a desalinhamentos do membro inferior, principalmente dos pés. Por essas características apresentam tempo mais prolongado de tratamento, com maior possibilidade de não consolidação, com maior taxa de indicação de tratamento cirúrgico.

Quando há indicação cirúrgica, a avaliação do alinhamento do membro é importante, pois pode ser necessário corrigi-lo, tratando conjuntamente a causa da sobrecarga.

 

 

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