Pé e Tornozelo

Cisto Sinovial: o que é, sintomas e diagnóstico

Cisto sinovial, também conhecido como cisto ganglionar, é um nódulo não canceroso preenchido com um líquido gelatinoso. A maioria é inofensiva, mas pode ser desconfortável, principalmente nos pés. Algumas vezes desaparecem por conta própria.

Outras vezes são persistentes, passando por ciclos nos quais diminuem e aumentam de tamanho constantemente, levando ao incomodo, o que motiva algumas pessoas ao tratamento. O cisto sinovial pode se desenvolver ao redor de articulações ou tendões de todo o corpo. Geralmente localiza-se no punho, mas comumente acomete o pé e tornozelo.

O que são os cistos sinoviais

O cisto sinovial é uma bolsa envolta por sinóvia com um conteúdo gelatinoso em seu interior. Habitualmente se forma próximo de articulações ou tendões pois são regiões que são envolvidas por tecidos sinoviais. Quando o tendão ou articulação apresentam algum grau de inflamação a sinóvia aumenta a produção de líquido, que pelo volume acaba formando essa nodulação lisa. Como a pele do pé é fina, esse volume é facilmente visível e palpável.

  • Cerca de 11% dos cistos sinoviais localizam-se no pé ou tornozelo;
  • O tamanho pode variar de uma ervilha a uma bola de ping pong. O cisto pode ser redondo ou ovalado com consistência macia ou dura;
  • Os cistos ganglionares afetam mais comumente pessoas com idade entre 15 e 40 anos e são três vezes mais propensos a se desenvolver em mulheres;
  • A largura média de um cisto ganglionar no pé é de 2,7 centímetros. Quando se formam no pé e tornozelo, esses cistos causam dor em 67,9% dos casos;

Sintomas do cisto sinovial

Os sinais e sintomas mais comuns do cisto sinovial são:

  • Nodulação visível e palpável sob a pele;
  • Sensação de formigamento ou queimação, caso o cisto esteja comprimindo um nervo sensitivo;
  • Dor nos casos em que o cisto estiver pressionando uma articulação ou tendão;
  • Dor na pele ao usar calçados, pelo atrito do volume do cisto contra o calçado;

Causas do cisto sinovial

Ainda há algumas dúvidas sobre a causa exata da formação dos cistos sinoviais, mas esses cistos tendem a se formar em áreas de trauma, possivelmente devido a um único evento ou lesões repetidas. Esses cistos parecem se formar quando o líquido sinovial se movimenta de uma articulação ou tendão para a bolsa de tecido sinovial abaixo da pele.

O líquido sinovial amortece e lubrifica as articulações e os tendões durante o movimento.

Tratamento do cisto sinovial

Ao redor de 60% dos cistos sinoviais desaparecem sem tratamento. Porém, isso pode levar anos e os cistos podem retornar – a taxa de recorrência é de aproximadamente 15–20%. Se um cisto ganglionar não estiver causando dor ou desconforto, o médico ortopedista pode realizar o tratamento observando sua evolução.

O tratamento mais invasivo será indicado se um cisto estiver causando dor ou problemas de mobilidade. Os tratamentos mais comuns são:

  • Aspiração e injeção;
  • A aspiração envolve a drenagem do fluido gelatinoso do cisto seguido da infiltração de um corticosteroide;
  • Pode ser necessária mais de uma sessão e o cisto pode eventualmente retornar.

Cirurgia

Se a aspiração e a injeção forem ineficazes ou inadequadas, o ortopedista especialista em pé e tornozelo poderá recomendar um procedimento para remover o cisto e parte da cápsula articular ou bainha do tendão. No entanto, mesmo após a cirurgia, o cisto sinovial pode retornar, apesar da probabilidade ser baixa.

O que devemos evitar

Não é prudente tentarmos estourar o cisto sinovial batendo nele com um objeto através da pele. Além de ser ineficaz, é provável que lesione os tecidos ao redor do cisto e cause mais problemas. Não tente estourar ou drenar um cisto sinovial em casa. Qualquer tentativa pode levar a infecções ou outras complicações.

Diagnóstico

O diagnóstico do cisto sinovial se inicial com perguntas sobre como surgiu e como evolui, seguido do exame físico. No exame físico o cisto é geralmente indolor e móvel, sem inchaço ou vermelhidão ao seu redor.

Eventualmente pode doer caso esteja comprimindo as estruturas ao seu redor. Exames de imagem que auxiliam no diagnóstico são a ultrassonografia e a ressonância magnética.

Resumo

  • Os cistos ganglionares são nódulos benignos preenchidos com um líquido gelatinoso. Eles podem desaparecer sem abordagem direta do mesmo;
  • Esses cistos se formam perto de articulações ou tendões e podem causar desconforto, principalmente quando se desenvolvem no pé ou tornozelo;
  • Se um cisto ganglionar causar dor, desconforto ou limitação de movimento, o médico poderá recomendar um procedimento para drenar ou remover o cisto;
  • Nunca tente estourar, drenar ou remover um cisto ganglionar em casa.
Figura: imagens de ressonância magnética do pé. Seta azul mostra o cisto sinovial, próximo da articulação e tendões.

FAQ – Perguntas frequentes

Qual o tratamento para cisto sinovial no pé?

O tratamento inicial pode ser observação, já que a maior parte dos cistos sinoviais desaparecem sozinhos. Nos casos de dor persistente e limitação funcional teremos a opção de punção e infiltração ou a ressecção cirúrgica.

O que significa cisto sinovial no pé?

Os cistos sinoviais são nódulos benignos preenchidos com um líquido gelatinoso, geralmente vindos da articulação ou dos tendões. O líquido sinovial presente nas articulações ou ao redor dos tendões pode se movimentar para essa bolsa envolta por tecido sinovial e causar essa nodulação.

O que fazer quando tem um cisto no pé?

Procurar atendimento do ortopedista para avaliação sobre o diagnóstico correto e a melhor forma de tratar. Nunca tente estourar, drenar ou remover um cisto ganglionar em casa.

Quais os sintomas de cisto no pé?

– Nodulação visível e palpável sob a pele;
– Sensação de formigamento ou queimação, caso o cisto esteja comprimindo um nervo sensitivo;
– Dor nos casos em que o cisto estiver pressionando uma articulação ou tendão;
– Dor na pele ao usar calçados, pelo atrito do volume do cisto contra o calçado.

Dr. Rafael Barban

Médico ortopedista graduado em Medicina na Universidade de São Paulo. Foi médico residente no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOT – HC – FMUSP).

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