Artrose no Pé: Causas, sintomas, tratamento e como aliviar a dor
A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma lesão na articulação que causa dor, inchaço, diminuição do movimento e grande impacto na função e qualidade de vida.
É uma patologia progressiva, que geralmente evolui gradualmente. Pode acometer qualquer articulação. O tratamento ortopédico visa diminuir a dor e limitação, melhorando a qualidade de vida do paciente.
O que é artrose no pé?
A osteoartrose do pé é uma situação na qual encontramos degeneração das suas articulações. Degeneração significa que há deterioração gradual da articulação ao longo do tempo, o que no caso da osteoartrose envolve a lesão dos componentes da articulação como a cartilagem, ossos, ligamentos e sinóvia.
A cartilagem um tecido bastante hidratado e liso fica entre duas articulações e atua diminuindo o atrito e amortecendo o impacto entre os ossos, permitindo que a articulação se mova suavemente. Durante nossa vida o uso contínuo do pé pode levar ao desgaste da cartilagem e, quando isso acontece, as extremidades dos ossos atritam uma na outra, causando dor e rigidez.
No pé encontramos 33 articulações. Qualquer articulação pode ser afetada pela osteoartrose, embora algumas sejam mais comumente acometidas como a do hálux.
Quais são as causas da artrose no pé?
Essa lesão dos componentes articular no tornozelo que leva a artrose pode acontecer pelo uso normal da articulação ou secundariamente a problemas congênitos ou adquiridos.
- Artrose degenerativa: durante nossa vida usamos o tornozelo cada vez que pisamos e isso leva a um desgaste natural da articulação. Essa degeneração pelo uso levará às alterações descritas. Essa causa ocorre mais nas pessoas mais idosas.
- Artrose pós-traumática: nesses casos a artrose no pé é decorrente de traumas que lesaram a cartilagem ou que resultaram em uma deformidade residual, distribuindo carga de forma inadequada, sobrecarregando a
articulação e degenerando-a. - Artroses secundárias: as lesões observadas na articulação são consequências de doenças inflamatórias ou outras doenças que o paciente tem. Nesse grupo encontramos:
- Doenças reumatológicas (como a artrite reumatoide)..
- Gota.
- Artropatia hemofílica.
- Hemocromatose.
- Sequelas de infecções articulares.
Diagnóstico da artrose no pé
Os sinais e sintomas da osteoartrite do pé incluem:
- Dor e rigidez da(s) articulação(ões) acometida(s) do pé.
- Proeminências ósseas redor da(s) articulação(ões).
- Inchaço ao redor da(s) articulação(ões).
- Amplitude limitada de movimento.
- Dor realizar atividades físicas e para andar, muitas vezes mancando.
- Deformidades no pé.
Exames de imagem
Radiografias do pé com carga
Nos auxiliam a compreender de forma mais objetiva possíveis desalinhamentos dessa região, assim como observar sinais da artrose, como diminuição do espaço articular, aumento do volume ósseo e incongruência articular.

Figuras com osteoartrose do pé de diferentes articulações. Em cima e à esquerda acometimento do hálux. Em cima e a direita uma artrose pós-traumática da articulação subtalar. Abaixo uma artrose acometendo retropé e mediopé por uma deformidade colapsante progressiva do pé.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética
São exames que mostram de forma pormenorizada a anatomia local e as alterações causadas pela artrose. Em alguns casos podem ser necessárias, não apenas para fazer o diagnóstico, mas para compreendermos o estágio da progressão da doença, a extensão das estruturas acometidas e eventualmente um planejamento cirúrgico.
Tratamento de artrose no pé
O objetivo do tratamento é diminuir a dor do paciente. A artrose é uma lesão progressiva da articulação, na qual não há como recuperar as lesões que já ocorreram, mas é possível evitar a piora ou retardar a progressão da piora, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Tratamento conservador
- Medidas medicamentosas, usadas para o alívio da dor: Analgésicos, anti-inflamatórios não hormonais, corticosteroides.
- Fisioterapia: Os músculos que movimentam as articulações do pé auxiliam o compartilhamento de carga das estruturas óssea, de modo que seu fortalecimento melhora a distribuição de carga, aliviando as articulações doentes do pé. A fisioterapia terá sua função no tratamento atuando nesse ponto.
- Modificação dos calçados: Calçados com palmilhas macias e revestimento maleável, porém com
solado firme muitas vezes auxiliam no controle da dor da artrose do pé. - Órteses: O uso de palmilhas sob medida pode ser indicado em alguns casos, devemos ter atenção pois pés com artroses tendem a serem rígidos e deformidades rígidas toleram mal palmilhas.
- Infiltrações articulares: Infiltrações da articulação com corticosteroides e ácido hialurônico podem ser efetivas nos casos iniciais, por um período de 6 meses a um ano. As infiltrações podem ser repetidas conforme mantiverem a melhora do paciente.
- Tratamento da causa nos casos de artrose secundária:Nos casos de artroses secundárias o uso de medicações para a doença reumatológica não apenas diminui a progressão da artrose, como ameniza a inflamação articular podendo levar a melhora da dor do paciente. Caso a dor da artrose no pé se mantenha mesmo com as medidas conservadoras adequadas, teremos a indicação de tratamento cirúrgico.
Tratamento cirúrgico
A escolha cirúrgica adequada está relacionada a identificação do motivo da dor e da extensão da artrose.
Nos casos de uma artrose leve de uma articulação do pé que possua um volume ósseo que incomoda o paciente (osteofitose – conhecida como bico de papagaio) a simples retirada desse volume trará alívio ao paciente.
Ainda em artroses leves, porém associadas às deformidades, o realinhamento do pé através de cortes ósseos planejados (as osteotomias) pode melhorar a dor do paciente, mantendo o movimento da articulação. É importante lembrar que a artrose é uma doença progressiva e é possível a degeneração progrida ao longo dos anos e novos procedimentos sejam necessários.
Quando o paciente apresenta uma artrose mais extensa, com acometimento moderado ou grave da articulação a artrodese pode ser indicada.
Na artrodese retiramos a cartilagem doente dessa articulação e colocamos os ossos em contato direto, realizamos uma fusão entre eles. Apesar do movimento da articulação manipulada ser eliminado com esse procedimento, ele é bastante efetivo na melhora da dor e na manutenção da função do paciente, com baixas taxas de revisão cirúrgica a longo prazo, restaurando a qualidade de vida do paciente.
Fonte e referências:
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!